20.8.14

Die funktion des orgasmus

 

O irracionalismo fascista

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A era autoritária e patriarcal da história humana tentou manter sob controle os impulsos anti-sociais por meio de proibições morais compulsivas

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Um anseio intenso de liberdade por parte das massas mais o medo à responsabilidade que a liberdade acarreta produzem a mentalidade fascista.

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Desde os tempos antigos, a "preservação da família" fora, na Europa, um abstrato chavão, por trás do qual se escondiam os pensamentos e ações mais reacionários. Alguém que criticasse a família autoritária compulsiva, e a distinguisse do relacionamento natural de amor entre os filhos e os pais, era um "inimigo da pátria", um "destruidor da sagrada instituição da família", um anarquista. [...] A família alemã autoritária típica, particularmente no campo e nas cidades pequenas, incubava a mentalidade fascista aos milhões. Essas famílias moldavam a criança de acordo com o modelo do dever compulsivo, da renúncia, da obediência absoluta à autoridade, que Hitler sabia como explorar tão brilhantemente.

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No lugar da atividade espontânea, Hitler prometeu o princípio da disciplina compulsiva e do trabalho obrigatório. Vários milhões de trabalhadores e empregados alemãs votaram em Hitler. As instituições democráticas não apenas não haviam conseguido enfrentar o desemprego mas, quando ele sobreveio, se haviam mostrado claramente temerosas de ensinar as multidões trabalhadoras a assumir a responsabilidade pela realização do seu trabalho. Educados para não entender nada a respeito do processo de trabalho (impedidos, na verdade de entendê-lo) acostumados a ser excluídos do controle da produção, e a receber, apenas, o seu salário, esses milhões de trabalhadores e empregados podiam aceitar facilmente o velho princípio, de forma intensificada. Podiam agora identificar-se com "o estado" e "a nação", que eram "grandes e fortes". Hitler declarou abertamente nos seus escritos e nos seus discursos que, porque as massas populares eram infantis e femininas, apenas repetiam o que era incutido nelas. Milhões de pessoas o aclamaram, pois aí estava um homem que queria protegê-las.

Wilhelm Reich | 1975
trad.: Maria da Glória Novak