Depois de todos os argumentos recentes que proclamam o regresso "pós-secular" do religioso, os limites do desencantamento e a necessidade de redescoberta do sagrado, talvez estejamos precisando de uma dose do bom e velho ateísmo.
O que complica hoje toda essa questão é que as chacinas de massa são cada vez mais legitimadas em termos religiosos, ao passo que o pacifismo é predominantemente ateu. É a própria crença num propósito divino superior que nos permite instrumentalizar os indivíduos, ao mesmo tempo que o ateísmo não reconhece um propósito da mesma ordem e por isso recusa todas as formas de sacrifício sagrado.
Slavoj Zizek
Tad.: Miguel S.