22.11.11

parques aquáticos

I

No tanque transparente de enorme fundura habita como atração turística uma pequena e serena sereia. Faço visitas. Freqüento frequentemente. Levo sardinha moída e seca. Eu penso às vezes ela ser um peixe de aquário. E o pozinho seria a ração. Levo biscoito. Não sei porque diabos levo, deve ter um gosto horrível a bolacha molhada. Subo num cantinho da mureta, com a ajuda de um cavalete e peço prela cantar pra mim.

Sereia! Sereia! Me chama Sereia que eu mergulho.

A sereia fica ao fundo, espremo os olhos e vejo a sua sombra enigmática, o ser esboçado. A cauda gesticula ondas. Transmito de volta tocando no vidro. Sereia, eu vou!