26.12.16

a mídia em transe

[Stencil | CWB | 2016]
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Em certo sentido, a mídia fortalece a pessoa que se tornou irreal e lhe fornece uma espécie de prova de existência. Isso é uma consequência daquela abnegação patológica diagnosticada por Hannah Arendt. Todo cidadão meio maluco pode alimentar a esperança de se ver estampado na primeira página do New York Times com uma garrafa de cerveja em uma das mãos, enquanto a outra está levantada para a saudação a Hitler. E nos noticiários de televisão ele pode maravilhar-se com sua obra do dia anterior: casas em chamas, cadáveres mutilados, audiências oficiais de emergência e reuniões de Estado para a discussão da crise.

H. M. E.
Trad.: Marcos B. Lacerda