17.11.17

adendo



Na Cult de outubro, Marcia Tiburi escreve um texto intitulado: Aula como experiência revolucionária. Título bonito. E há um subtítulo: o esvaziamento da profissão de professor é consequência inevitável da desvalorização do trabalho educacional.

Concordo com grande parte do texto da escritora. Mas há dois pontos que precisam de revisão. O primeiro é que, segundo a filósofa, "professores são trabalhadores como quaisquer outro". Em verdade, não são não. Até porque, se há uma desvalorização do trabalho educacional porque outras profissões não estão nem em risco de serem desvalorizadas? Se os professores fossem trabalhadores como quaisquer outros todas as outras profissões seriam desvalorizadas. Tiburi comete uma generalização que foge do pensamento filosófico. O segundo ponto é quando ela diz que "a dedicação é de corpo e alma". O que se tem aqui é uma visão missionária.

Se os professores soubessem orientar seus pupilos por meio de bibliografias alternativas estaríamos dando um grande salto de qualidade. Penso que essa é a grande atividade de um professor. Saber manipular sua caixa de ferramentas, nesse caso, os livros. Mas muitos professores sequer se preocupam com o aspecto bibliográfico.

No mais, o que se tem são professores que, segundo a pensadora, são "tratados como objetos de um sistema que os utiliza como meios para alcançar objetivos econômicos, políticos e ideológicos".

Já os professores críticos, tornam-se um perigo.