10.7.18

sumak kawsay




No campo ecológico, os temas são igualmente candentes. Apesar dos evidentes problemas provocados pelas mudanças climáticas, exacerbadas pela voracidade capitalista, o sistema busca ampliar espaços de manobra mercantilizando cada vez mais a Natureza, como observa o britânico Larry Lohmann. Os mercados de carbono e serviços ambientais são a mais recente fronteira de expansão do capital. Desloca-se a conservação dos bosques ao âmbito dos negócios: mercantiliza-se e privatiza-se o ar, as florestas e a própria Terra. Parece não importar que a serpente capitalista continue devorando sua própria cauda, colocando em risco sua própria existência e a da Humanidade.

O capitalismo, demonstrando seu assombroso e perverso engenho para buscar e encontrar novos espaços de exploração, está colonizando o clima. Este neoliberalismo extremo, do qual não se libertaram os governos "progressistas" da América Latina, converte a capacidade de uso da Mãe Terra em um negócio para reciclar carbono. E - o que é preocupante - a atmosfera é transformada cada vez mais em uma nova mercadoria, projetada, regulada e administrada pelos mesmos atores que provocaram a crise climática e que recebem agora subsídios dos governos por meio de um complexo sistema financeiro e político. Recordemos que este processo de privatização do clima iniciou-se na época neoliberal impulsionado pelo Banco Mundial e pela Organização Mundial do Comércio.

O mercado de carbono [...] constitui realmente a possibilidade de fazer negócio com o desastre atmosférico.

Alberto Acosta
Trad.: Tadeu B.