Um traço psicológico importante da atitude ateia: a desconfiança, sobretudo entre os intelectuais, em relação à afetividade, categoria em que normalmente é incluído o "sentimento religioso". A fé se enraíza na experiência interior da presença divina; ora, as ciências humanas nos mostraram quanto a "experiência interior" depende de pulsões, recalques e comportamentos de compensação simbólica que remontam à infância e são totalmente irracionais. Tudo isso ensina a desconfiar de uma fé excessivamente ligada às crises da adolescência, e que muitos rejeitam justamente por isso, uma vez que se alcança o equilíbrio emocional da idade adulta.