2.9.20

Curral

Cartoon de Lafa

When we're working for the clampdown
We will teach our twisted speech
To the young believers
We will train our blue-eyed men
To be young believers
[...]
In these days of evil presidentes
Working for the clampdown
But lately one or two has fully paid their due
For working for the clampdown
But ha! Gitalong! Gitalong!

The Clash | Clampdown

Sabemos que a política é a arte de não dizer a verdade. É justamente aí que os políticos da periferia do capitalismo se agarram. Vejam como o tirano fundamentalista mente. É a sua melhor arma. Claro que para um sujeito mentiroso sentar na presidência de um país e continuar a dar as cartas é preciso que mentirosos submissos façam o trabalho sujo.  Os eleitores-crentes, esses trouxas essenciais para o funcionamento do engodo, não foram enganados, sabiam que estavam escolhendo um agente autoritário para o poder. As cidades foram transformadas em currais eleitorais. 

Para os maloqueiros profissionais, política é também um meio para alçar algum negócio. Não importa quantas cidades do tamanho de São Paulo irão desmatar. Não importa quem irão colonizar. Não importa quem irão desinformar. Não importa. O que importa é o negócio. O capitalismo é a religião. O dinheiro é a única coisa mais importante que existe. 

Uma população acostumada com o suco artificial - conhecido como cultura - costuma colocar no poder presidentes pequenos. Um povo de inteligência pequena e memória curta escolheu um presidente com inteligência menor ainda, ignorância abissal, expressão verbal confusa e limitada para o cargo que ocupa. Para um plano de poder autoritário, neoliberal e reacionário, não se necessita de inteligência. Parafraseando Saramago, Bolsonazi expulsou a verdade do país para em seu lugar fazer frutificar a idade da mentira. 

Eu, por minha vez, nunca deixei de pensar que o mundo seria muito mais limpo sem a politica e a religião. Por um bom tempo, talvez para sempre, esses dois substantivos continuarão a ser o ópio do povo, que nem é povo, é público.