Combater o consumismo é uma forma de saneamento socioeconômico e cultural. O consumismo é uma doença que se insinua entre o valor de troca e o valor de uso das coisas materiais, privilegiando hegemonicamente o primeiro: é algo assim como a elefantíase ou a AIDS do consumo. Comprar e vender é parte integrante de todo o tráfego existencial, social e cultural. Mas, quando a prática do consumo é exacerbada por uma superfetação neurótica, provocada por distorções graves na relação capital/lucro e nos próprios valores da comunidade, ingressa-se na faixa do consumismo, na qual você é induzido, especialmente pelo poder de persuasão da publicidade e das mídias, a comprar além do que autorizaria a sua capacidade econômico-financeira. Todo o organismo social é pervertido no sentido de tornar-se, simplesmente, mercado. A ideia de mercado domina as ideias de comunidade ou povo.
