Comecei a escrever em março de 1978, movido por uma ideia seminal. Eu tinha vontade de envenenar um monge. Creio que um romance possa nascer de uma ideia desse tipo, o resto é recheio que se acrescenta ao longo do caminho. Mais tarde, encontrei um caderno datado de 1975, onde eu tinha estabelecido uma lista de monges de um mosteiro impreciso. Nada mais. A princípio, comecei a ler o Traité des poisons de Orfila - que tinha comprado vinte anos antes de um buquinista às margens do Sena, simplesmente por fidelidade a Huysmans. Como nenhum dos venenos me satisfazia, pedi a um amigo biólogo que me indicasse uma substância que possuísse determinadas propriedades (que fosse absorvível através da pele, ao manusear alguma coisa).