O intérprete que impõe sua interpretação não é apenas alguém que dá a última palavra numa querela filológica, mas também, como muita frequência, é alguém que dá a última palavra numa luta política, alguém que, apropriando-se da palavra, coloca o senso comum do seu lado. Basta pensar nas palavras de ordem - democracia, liberdade, liberalismo hoje em dia - e na energia que os políticos despendem com vistas a se apropriar desses categoremas que, enquanto princípios de estruturação, constituem o sentido do mundo, e em particular do mundo social, e o consenso sobre o sentido desse mundo.