14.10.24

Sapatos e mentes devem ser deixados na entrada


Como poderá o livro circular 
num país de analfabetos secundários?

A proporção de leitores
num país de 211 milhões de habitantes
é ridícula e deprimente.

O livro se tornou um objeto marginalizado
e da parte do Estado, cuja ambição pessoal é o único ideal,
não há preocupação em fomentar a cultura letrada.

Como poderá o texto elaborado e fundamentado
atingir as camadas sociais desiguais
e competir com a indústria cultural 
que cretiniza os habitantes do terceiro mundo?

O texto não tem espaço no meio digital
coalhado de falações de merda.

Já não há mais participação construtiva
e participação crítica. 

Desejar a dissolução do intelecto
parece ser uma propriedade unicamente brasileira.

A inteligência deixou de ser prioridade
na sociedade contemporânea.

Mesmo assim
sempre preste atenção na linguagem.