17.4.24

A vida dos estudantes


O que testemunha a degradação não é a conformidade da universidade com o Estado - o que não combinaria mal com a barbárie "honesta" - mas sim a garantia e a doutrina de liberdade de uma ciência da qual se espera, com naturalidade brutal, que conduza os seus adeptos à individualidade social e ao serviço público. De nada adianta tolerar as mais livres concepções e teorias - tanto quanto as mais rigorosas - trazem consigo e se negue ingenuamente esse imenso abismo através da ligação da universidade com o Estado. É equivocado desenvolver exigências isoladamente enquanto o espírito de sua totalidade se mantiver vedado a cada uma dessas exigências em sua realização, e um fato apenas deve ser destacado como notável e espantoso: como na instituição acadêmica a totalidade dos alunos e professores, à semelhança de um gigantesco jogo de esconde-esconde, passam uns pelos outros e nunca se enxergam. Aqui o estudantado, que não ocupa cargos públicos, fica sempre atrás do professorado, e a base jurídica da universidade, personificada no ministro da Cultura, nomeado não pela universidade mas pelo soberano, é uma correspondência semivelada da burocracia acadêmica com os órgãos estatais, passando por cima das cabeças dos estudantes (e, em casos raros e felizes, também dos professores).

A submissão acrítica e inerte a esse estado é um traço essencial na vida dos estudantes.