7.10.24

Por que não me ufano

A liberdade real implica em não ser representado abandonando tudo aos eleitos, mas procurar lutar socialmente por si mesmo.

Maurício Tragtenberg


Não é nenhuma novidade o que eu vou escrever, um candidato para ser eleito precisa ceder à ignorância e ao preconceito popular, sem assegurar a simpatia dos acéfalos perversos, o candidato não vence. Um candidato honesto, zeloso pela razão e pelo saber, que se recusa a trapacear, sabe que há diante de si um obstáculo intransponível. O sistema e o povo estão viciados em demagogia e falação de merda (não é por menos que ratinho tem mais influência do que todo o conhecimento fundamentado das universidades). O embusteiro inescrupuloso tem todas as garantias de sair vitorioso, o candidato moderno se não for morto, no máximo será visto como um utópico e idealista pelo povo corrompido. A honestidade não tem músculos para nocautear a fraude, a falsidade, a trapaça, a hipocrisia e, principalmente, a falação de merda. Para entrar no coraçãozinho cristão do periférico do mundo é preciso ser antimoderno e antiintelectual. Note como nos "debates" a desonestidade política e a ausência de projeto de poder ficaram mais notórias, o comportamento dos candidatos não serve de alerta, mas entreteve a massa carente de instrução. A perpetuação da miséria é a grande pauta da agenda política no Brasil. E isso não tem mais reversão.