8.2.25

Por que não me ufano


Note que a democracia, a luta pela igualdade econômica e social e uma perspectiva humanista não são questões de princípios e muito menos objetivos da vida política e social da periferia do capitalismo. Os padrões de pobreza continuam assombrosos.

O irracionalismo brasileiro é hoje um fato social. A razão (que poderia criar um fato social oposto, construir uma boa sociedade, por exemplo) não é sequer uma força histórica. As estruturas psíquicas de submissão favorecem a recepção das ideologias dominantes, suas falsas representações que reforçam e perpetuam as mentiras teológicas e a aparição de políticos eminentemente abomináveis.

Impera ainda na periferia do capitalismo um forte esquema fascista: direção irracionalista, oprimidos privados de pensar em termos de conhecimento científico, ditadura do poder e ditadura da economia, estrutura de dependência, funcionamento perverso do Estado, privação do desenvolvimento integral da capacidade cognitiva dos jovens, colapso da narrativa e da argumentação e antielitismo, ou seja, o impedimento da classe baixa à cultura superior.