A imoralidade da mentira passou a ser a verdadeira moralidade nacional. Brasil é a sociedade perfeita para espalhar qualquer tipo de mentira, das teológicas às fofoquinhas de bairro. No tecido social, costuram difamações, calúnias e todo tipo de delírio coletivo. A ilusão também diverte. O subdesenvolvido planta mentiras e colhe fascismo. Não cabe ao brasileiro insistir na produção de verdade, posto que logo se converte em falsidade. A mentira diz muito sobre o caráter do jeitinho brasileiro. É a velha dialética da malandragem. Em todas as classes sociais os mentirosos são maioria, é muito raro encontrar pessoas verdadeiras. Todo mundo quer ser malandrão, se dar bem, ser fodão. Aquele que mente não se sente envergonhado, mas orgulhoso. Mentir não é uma prática indigna para o terceiro mundista. A própria organização nacional o obriga dizer inverdades. Presidentes, Senadores, Ministros e todo tipo de politiqueiro mentem, porque o resto da população não mentiria? Gente vulgar faria o que de diferente? Para prosperar na periferia tem de mentir e mentir com lealdade e fé eclesiástica, pois sob o véu da teologia, a fraude ganha um ar honesto. Mesmo praticando mal o fuxico, a balela ainda tem forças, serve de motivo para as pessoas se moverem. É a verdadeira expressão da consideração. Todos estão por dentro da mentira. E hoje a mentira é um meio de comunicação digital. A internet permite às pessoas que não tem vergonha na cara espalhar todo tipo de fake news e falação de merda.