É preciso trazer à luz, “doa a quem doer”, as razões do subdesenvolvimento. O olhar filosófico tem o poder particular de "por a nu" todo o atraso nacional.
O Brasil nunca foi uma sociedade da escrita e nunca será. A invasão dos audiovisuais e da música comercial é dominante. A educação de qualidade tarda a se estabelecer e a distribuição de livros significativos não faz parte da estrutura da grande maioria das cidades. A oposição entre cultura de massas e cultura superior e o paradigma minoria/maioria jamais desaparecerão. A divisão entre razão e insanidade é latente.
A própria comunicação estatal e os "discursos" dos gestores fazem discriminações regulares, neste contexto, que futuro haverá para o subdesenvolvido se as instituições estatais já não cumprem a tarefa de proteger e ampliar a cultura clássica? Não há mais responsabilidade histórica e muito menos vínculo com o trabalho verbal. A sociedade brasileira adotou de uma vez por todas a cultura de massas em detrimento da cultura superior. Outro regime político se tornou inimaginável, assim como outra maneira de sentir e outra maneira de pensar.