Nos romances de herói problemático há coincidência direta, imediata, entre a estrutura econômica e a estrutura romanesca, entre a inautenticidade do mundo em que vive o herói e o reino onipotente de uma economia em que os valores de troca (reificados) suplantaram os valores de uso, aos quais o criador e seu herói continuam, porém, vinculados; de Stendhal ao primeiro Malraux, esse tipo de romance corresponde ao desenvolvimento da burguesia, mas não é de modo algum a expressão da consciência coletiva burguesa.