17.8.25

Frida - a biografia


Frida tinha pequenos defeitos que só faziam aumentar seu magnetismo. Suas sobrancelhas formavam uma única linha ao longo da testa e sua boca sensual era encimada pela sombra de um buço. Seus olhos eram negros e amendoados, ligeiramente inclinados para cima nas extremidades. As pessoas que conheciam bem dizem que a inteligência e o humor de Frida brilhavam naqueles olhos; dizem também que os olhos revelavam seu estado de ânimo: devorador, fascinante, sedutor, cético, desmoralizante ou destruidor. E na franqueza de seu olhar fixo havia algo que fazia com que seus interlocutores se sentissem desmascarados, como se estivessem sob a vigilância atenta de uma jaguatirica.

A casa de Rivera era uma meca da intelligentsia internacional, de Pablo Neruda a André Breton e Sergei Eisenstein.

Eu pinto a minha própria realidade. A única coisa que eu sei que pinto porque preciso, e pinto tudo o que passa pela minha cabeça, sem levar nada mais em conta.

O que passava pela cabeça de Frida e na sua arte ensejou as imagens mais originais e dramáticas do século XX. Ao pintar a si mesma sangrando, chorando, aberta ao meio, ela transmitiu sua dor em arte com extraordinária franqueza, temperada com humor e fantasia. Sempre específica, afeita a um escopo investigativo mais profundo do que abrangente, a autobiografia em forma de pintura que Frida levou a caso tem uma força e uma intensidade peculiares - força que pode causar no observador um desconfortável fascínio.

Sua obra não tem autopiedade, mas sim força.
Frida foi uma heroína política, combatente revolucionária.

Hayden Herrera