31.10.25

O que o dinheiro não compra

 

Nas duas últimas décadas, a publicidade comercial ultrapassou as fronteiras dos seus veículos habituais - jornais, revistas, rádio e televisão - para colonizar todos os recantos da vida.

Falar de corrupção e degradação é recorrer, pelo menos implicitamente, às concepções do que é desejável na vida.

Veja-se, por exemplo, a linguagem usada pelos críticos do comercialismo: “humilhação”, “degradação”, “vulgaridade”, “poluição”, perda do senso do “sagrado”. É uma linguagem espiritualmente carregada que aponta para formas mais elevadas de viver e ser. Não se trata de coerção e iniquidade, mas da degradação de certas atitudes, práticas e certos bens. A crítica moral do comercialismo é um exemplo daquilo a que nos referimos como objeção da corrupção.