29.2.08

[O banquete]

[O abraço, de Egon Schiele, 1917]

A mão do velho grande calosa aspera ia raspando abrindo deflorando meu corpo como uma lixa no cal fino. A baba melada besuntava meu pescoço enquanto a barba mal feita cravava minúsculos - ai! ui! ai! - pentelhos espinhos rígidos em meu rosto. O dedo do meu pé era um pirulito vermelhão cabeçudo que adoçava a chupada boca banguela. Todo o meu corpo era um banquete, pelo qual o velho ia salivando cheirando apertando lambendo enfiando como um cão no cio. E o jantar estava servido para o homem morto de fome com meus seios tilintando como taças de leite.