O que tinha Abraham Lincoln a dizer sobre as guerras imperialistas da América, aquelas que, sob um nobre pretexto ou outro, visam a aumentar os recursos naturais e as redes de mão-de-obra dócil disponíveis aos americanos mais ricos que possuem as melhores conexões políticas?
Nosso governo está em guerra contra as drogas, não é? Por que não investe contra o petróleo? Não existe barato mais destrutivo! Você coloca um pouco desta droga no seu carro e pode correr a mais de cem por hora, atropelar o cachorro do vizinho e estraçalhar toda a atmosfera. Deixa para lá, enquanto formos o tal do homo sapiens, por que nos preocuparmos? Vamos arrebentar todo este barraco. Alguém aí tem uma bomba atômica? Quem não tem uma bomba atômica hoje em dia?
O titulo do Fahrenheit 9/11 de Michael Moore é uma parodia do título do grande romance de ficção científica de Ray Bradbury, Fahrenheit 451. Quatrocentos e cinquenta e um graus Fahrenheit é o ponto de combustão, a propósito, do papel, de que são feitos os livros. O herói do romance de Bradbury é um funcionário municipal encarregado de queimar livros.
Ainda sobre o tema queimar livros, quero congratular-me com os bibliotecários não famosos por sua força física, por suas ligações políticas ou sua grande riqueza - que, por todo este país, resistiram ferrenhamente a valentões antidemocráticos que tentaram remover certos livros de suas estantes, e destruíram os registros para não revelar à polícia do pensamento os nomes das pessoas que haviam tomado emprestado aqueles livros.
Assim, a América que eu amava ainda existe, embora não na Casa Branca, na Suprema Corte, no Senado, no Congresso ou na mídia. A América que eu amava ainda existe nas mesas de nossas bibliotecas públicas.
Ainda falando de livros: nossas fontes noticiosas diárias, os jornais e a TV, estão agora tão amedrontadas, tão pouco vigilantes em favor do público americano, tão pouco informativos, que só nos livros podemos saber o que está realmente acontecendo.
Vou citar um exemplo: As famílias do petróleo, de Craig Unger, publicado no início de 2004, aquele ano humilhante, vergonhoso, banhado em sangue.
O titulo do Fahrenheit 9/11 de Michael Moore é uma parodia do título do grande romance de ficção científica de Ray Bradbury, Fahrenheit 451. Quatrocentos e cinquenta e um graus Fahrenheit é o ponto de combustão, a propósito, do papel, de que são feitos os livros. O herói do romance de Bradbury é um funcionário municipal encarregado de queimar livros.
Ainda sobre o tema queimar livros, quero congratular-me com os bibliotecários não famosos por sua força física, por suas ligações políticas ou sua grande riqueza - que, por todo este país, resistiram ferrenhamente a valentões antidemocráticos que tentaram remover certos livros de suas estantes, e destruíram os registros para não revelar à polícia do pensamento os nomes das pessoas que haviam tomado emprestado aqueles livros.
Assim, a América que eu amava ainda existe, embora não na Casa Branca, na Suprema Corte, no Senado, no Congresso ou na mídia. A América que eu amava ainda existe nas mesas de nossas bibliotecas públicas.
Ainda falando de livros: nossas fontes noticiosas diárias, os jornais e a TV, estão agora tão amedrontadas, tão pouco vigilantes em favor do público americano, tão pouco informativos, que só nos livros podemos saber o que está realmente acontecendo.
Vou citar um exemplo: As famílias do petróleo, de Craig Unger, publicado no início de 2004, aquele ano humilhante, vergonhoso, banhado em sangue.
Kurt Vonnegut
Trad.: Roberto M.
