31.7.21

Diário do gueto

A casa do peão bolsonazita não é nada. É um boteco. Não se aprende nada lá.


Paranazi


O sulista não passa de um covarde cuzão. Um verme fascista da fila dos analfabetos secundários. Um miserável agente provocador, alienado na periferia da superstição. 


30.7.21

Porque não me ufano

 
Cartoon de Caco G.

A grosso modo, eu só vejo superstição no contexto político nacional. A transformação tosca da ideologia cristã em slogans de violência.


Elementar, meu caro Watson

Está na cara: todo nazista é bolsonazista.


28.7.21

Junk news

A semiótica da colônia fascista

A máquina governamental nas mãos de lumpemcomentariados. O agricultor transformou-se em um jagunço. As ferramentas clássicas para a manutenção do jardim desapareceram. Entra em cena o rifle, o fetiche maior dos nazistas nacionalistas.

O camponês brasileiro não mais representa um sujeito cuidadoso e conscientemente ecológico, mas um leão de chácara. A máxima alienação e a total decadência de uma sociedade incivil num retrato inescrupulosamente manipulado. 

27.7.21

Porque tão poucos anarquistas na academia


A intelligentsia brasileira ainda relativiza o fascismo nacionalista.

26.7.21

As instituições estão funcionando

Quem vamos responsabilizar quando nem o estado e nem o município adotam medidas eficazes para diminuir os níveis de poluição sonora? 


Noise pollution

É preciso que se admita um conceito amplo de proteção à saúde, envolvendo não só a saúde física como a psíquica.


Porque não me ufano

A produção de ruído e alienação não tem fim na periferia do capitalismo.


Até quando vamos tolerar o intolerável?

Stencil homenagem: NAZITIBA | 2019

Antes de ridicularizar os aspectos irracionais do bolsolavismo (que são muitos), devemos criticar esse credo político pela sua falta de conteúdo sensível e estético, pela pobreza do seu ritual evangélico e sobretudo pelo fato de que o movimento neofascista nunca chegou a entender o papel que a poesia e a imaginação desempenham na vida em sociedade.


23.7.21

Brasil: mito fundador e sociedade autoritária


Roberto Romano | 1946 - 2021


A desigualdade na distribuição da renda - 2% possuem 98% da renda nacional, enquanto 98% possuem 2% dessa renda - não é percebida como forma dissimulada de apartheid social ou como socialmente inaceitável, mas é considerada natural e normal, ao mesmo tempo que explica por que o "povo ordeiro e pacífico" dispende anualmente fortunas em segurança, isto é, em instrumentos de proteção contra os excluídos da riqueza social. Em outras palavras, a sociedade brasileira está polarizada entre a carência absoluta das camadas populares e o privilégio absoluto das camadas dominantes e dirigentes.

O autoritarismo social, que, enquanto "cultura senhorial", naturaliza as desigualdades e exclusões socioeconômicas, vem exprimir-se no modo de funcionamento da política. Quando se observa a história econômica do país, periodizada segundo a ascensão e o declínio dos ciclos econômicos do país e, portanto, segundo a subida e a queda de poderes regionais, e quando se observa a história política do país, em que o poderia regional é continuamente contrastado com o poder central, que ameaça as regiões para assegurar a suposta racionalidade e necessidade da centralização, tem-se uma pista para compreender por que os partidos políticos são associações de famílias rivais ou clubs privés das oligarquias regionais. Esses partidos arrebanham a classe média regional e nacional em torno do imaginário autoritário, isto é, da ordem (que na verdade nada mais é do que o ocultamento dos conflitos entre os poderes regionais e poder central, e ocultamento dos conflitos gerados pela divisão social das classes sociais), e do imaginário providencialista, isto é, o progresso. Mantêm com os eleitores quatro tipos principais de relações: a de cooptação, a de favor e clientela, a de tutela e a da promessa salvacionista e messiânica.


Brasil nunca mais


A elite brasileira é mentirosa e corrupta. Tem sido assim desde sempre, e não vai mudar. A CPI da pandemia está aí para corroborar.

22.7.21

Porque não me ufano


No Brasil de norte a sul o que mais se encontra é xucro. Em nenhum canto desta periferia do capitalismo e da superstição o brasileiro sabe viver harmoniosamente.

O sul é o meu país?

O bolsonazista sulista é depositário de todo o lixo da cultura de massa.

O ataque fascista contra a intelectualidade não está sendo feito somente pela elite cristofascista, mas por um rebanho desprovido de razão.


21.7.21

Porque não me ufano

Se você domina a língua portuguesa e pratica a escrita como forma de trabalhar o pensamento as pessoas morrem de inveja. Mas sabe de uma coisa, eu já superei a fase de dar ouvidos ao senso-comum. Comprei até protetores auriculares. Todas as vezes que eles abrem a boca só falam besteiras. Nenhuma novidade, nenhum saber se extrai da classe média cristã brasileira. Muitos são completos idiotas. Mesmo a maioria dos professores que acha que militarizando as escolas tudo ficará melhor como num passe de mágica. Disciplinar rigorosamente, dizem os gestores. Os alunos e os professores mal ficam cinco minutos na frente de um texto. A quem querem vender a mentira? 


20.7.21

Collected Writings


Soon silence will have passed into legend. Man has turned his back on silence. Day after day he invents machines and devices that increase noise and distract humanity from the essence of life, contemplation, meditation.... tooting, howling, screeching, booming, crashing, whistling, grinding, and trilling bolster his ego. His anxiety subsides. His inhuman void spreads monstrously like a gray vegetation.

Hans Peter W. Arp
1886 - 1966

Noise pollution


Madeireiro só poder ser uma ocupação para alienados e analfabetos secundários. Segundo a USP, a exposição a ruídos acima de 100 db não pode passar de uma hora, mas o sujeito alienado na sua própria ocupação fica exposto cinco, oitos horas.

A Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo precisa informar o público sobre o ruído e seus efeitos. De acordo com a OMS, o nível que não causa incômodo à audição humana é até 50 dB. Ruídos a partir de 65 dB, podem ser nocivos à saúde, podendo causar danos à audição, ocasionar efeitos psicológicos, neurológicos, cefaleia e até mesmo insônia.

O ruído passivo é um poluente indesejado, produzido por terceiros que nos é imposto sem consentimento, contra a nossa vontade, em lugares, tempo e quantidades acima do nosso controle.

19.7.21

Porque não me ufano

A corrupção é praticamente um estilo de vida no mundo político da periferia do capitalismo. 

O brasileiro colonizado é uma criatura apática sem grandes paixões. Incapaz de sonhar, cansado da vida. Limitado ao estilo de vida provinciano.


Deus, pátria e família

Contardo Calligaris | 1948 - 2021

O bolsonazismo é antes de mais nada um movimento conservador reacionário de classe média que dificilmente se abre para uma política pluralista, ecológica e crítica.

Historicamente, nos fascismos presenciamos sempre uma obsessão pela família, daí sua única importância para manobras políticas, econômicas e ideológicas.

Paranazi

O bolsonazista sulista é o sujeito da contradição. Saiu em defesa da bandeira da "ordem" do miliciano mas o que ele promove é justamente o seu contrário: a desordem.


Brasil nunca mais

O Brasil é uma escória, é nojento, é estúpido, é ruidoso, cheio de imbecis nacionalistas sem educação.


Porque não me ufano

O brasileiro parece não enxergar além das sombras da caverna de Platão.


Massenpsychologie und ich-analyse

Freud citando Le Bon

Pelo simples fato de pertencer a uma massa, o homem desce vários degraus na escala da civilização. Isolado, ele era talvez um indivíduo cultivado, na massa é um instintivo, e em consequência um bárbaro. Tem a espontaneidade, a violência, a ferocidade, e também os entusiasmos e os heroísmos dos seres primitivos. Ele então se detém especialmente na diminuição da capacidade intelectual, experimentada pelo indivíduo que se dissolve na massa.

As massas nunca tiveram a sede da verdade. Requerem ilusões, às quais não podem renunciar. Nelas o irreal tem primazia sobre o real, o que não é verdadeiro as influencia quase tão fortemente quanto o verdadeiro. Elas têm a visível tendência de não fazer distinção entre os dois.

A massa é um rebanho dócil, que não pode jamais viver sem um senhor. Ela tem tamanha sede de obediência, que instintivamente se submete a qualquer um que se apresente como seu senhor.

Sigmund Freud
1856 - 1939

No existe la educación neutral




Henry Giroux: Se trata de intervenciones sumamente reaccionarias, diseñadas para despojar a la educación de sus posibilidades emancipatorias y deja bien en claro cuan peligrosa es la pedagogía crítica para los demagogos, quienes temen a su capacidad de convertir la pedagogía en una poderosa herramienta para el aprendizaje crítico y la resistencia política. Quiero decir, la pedagogía de Paulo era peligrosa, porque afirmaba que sin una ciudadanía informada no es posible la democracia, no es posible tener democracia sin un pueblo educado, alfabetizado y dispuesto a tomar riesgos. Él creía que la educación era central en todos los aspectos de la vida. Pienso que lo que Paulo le decía a gente como la del Movimiento Escuelas Sin Partido es “No se trata de educación, se trata de despolitizar al pueblo y convertirlo en pasivo y dispuesto a someterse a la ideología de un estado represor, es decir, se trata de una educación que les niega la capacidad de agencia y vacía a la política de todo significado.” Es un modelo autoritario de dominación, una educación para la dominación y no para la decolonización. A esto se refería cuando propuso su teoría sobre la pedagogía del oprimido. Cuando Paulo Freire definió la “Pedagogía del Oprimido”, lo que estaba diciendo es que la pedagogía puede estar enfocada en la comprensión de la realidad y la búsqueda de la libertad o puede orientarse hacia la comprensión de datos y la dominación. No existe la educación neutral, no existe tal cosa. Lo que, de hecho, debemos preguntarnos aquí es “¿de qué lado te vas a poner?”¿Qué clase de estudiantes querés? ¿Querés estudiantes críticamente imaginativos que llegado el caso tomen sus propias decisiones y opciones políticas o querés jóvenes incapaces de pensar críticamente y por lo tanto susceptibles de ser seducidos por demagogos y dictadores?

18.7.21

Bibliografia

 
Editora 34 | 2013

Não há nada mais indigno para um povo civilizado do que se deixar “governar” sem resistência por uma corja de déspotas irresponsáveis, movida por instintos obscuros.

17.7.21

Brasil nunca mais


Cada época tem seu fascismo. O brasileiro colonizado está vivendo o seu. Com um cara que caga pelo nariz, literalmente.

16.7.21

Why I write


One of the most salient features of brasilian culture is that there is so much bullshit.

Brasil! outros 500

 

- Em política nada se perde e nada se transforma - tudo se corrompe.

- Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder.

Millor Fernandes
1923 - 2012

15.7.21

Sobre falar merda

É fácil produzir artigos feitos sem cuidado, de qualidade inferior, que revelam semelhanças, até certo ponto, com o falar merda. Mas de que modo? Será essa semelhança a de que falar merda sempre ocorre de maneira descuidada ou comodista, de que jamais é uma enunciação elegante, que em sua expressão nunca há aquele delicado e atencioso desvelo com os detalhes ao qual Longfellow alude? Será o falador de merda, pela própria natureza, um idiota desmiolado? Será o seu produto necessariamente sujo ou grosseiro? A palavra merda com certeza sugere isso. O excremento não é de modo algum projetado ou elaborado; é apenas emitido ou descarregado. Pode ter uma forma mais ou menos coesa ou não, mas não é decerto trabalhado.

Harry G. Frankfurt
Tradução: Ricardo G. Quintana

13.7.21

O projeto da sabedoria


História significa luta. História significa impasse trágico - e ter amigos encarcerados ou mortos. História significa perenes desafios ao próprio direito de existir.

A recuperação da memória é uma obrigação ética: a obrigação de persistir no esforço de apreender a verdade.

Susan Sontag
1933 - 2004

Ninguém educa ninguém


Para se ter uma ideia, alguns professores do sul não sabem usar as conjunções adversativas. Imagina se o povo, que foi e está sendo escolarizado por "professores" que confundem mais com mas, vai estar preocupado com a cultura letrada. Por isso que o miliciano fundamentalista ecocida e genocida é considerado um mito pelos provincianos e analfabetos secundários sulistas.

12.7.21

Viagem através da inflação alemã

1987

Todas as relações humanas mais próximas são atingidas por uma claridade penetrante, quase insuportável, na qual mal conseguem resistir. Pois, uma vez que, por um lado, o dinheiro está, de modo devastador, no centro de todos os interesses vitais e, por outro, é exatamente este o limite diante do qual quase toda relação humana fracassa, então desaparece, cada vez mais, assim no plano natural como no ético, a confiança irrefletida, o repouso e a saúde.

Walter Benjamin
1892 - 1940


10.7.21

Prática de texto

 

Cláudia P Moisés apresenta à edição brasileira d'As três fugas de Hannah Arendt, de Ken Krimstein quatro parágrafos recheados de clichês. Pelo visto, os editores não estão lendo com cuidado as próprias publicações. 

A professora de direito internacional poderia deixar bem claro alguns contextos, pois a periferia do capitalismo tem um representante da banalidade do mal no poder. No entanto, ela resolveu generalizar: "Afinal, os perigos dos regimes totalitários rondam de novo por toda parte".

Minima moralia


A deformação não é doença sofrida pelo homem e sim a doença da sociedade.

A felicidade da contemplação consiste no encanto desencantado.

8.7.21

Psicologia de massas

Ilustração de Miguel R.

O pressuposto antropológico de todos os movimentos de massa totalitários é o "caráter psicótico".


O amanhã não está à venda

 

A nossa mãe, a Terra, nos dá de graça o oxigênio, nos põe para dormir, nos desperta de manhã com o sol, deixa os pássaros cantar, as correntezas e as brisas se mover, cria esse mundo maravilhoso para compartilhar, e o que a gente faz com ele? O que estamos vivendo pode ser a obra de uma mãe amorosa que decidiu fazer o filho calar a boca pelo menos por um instante. Não porque não goste dele, mas por querer lhe ensinar alguma coisa. "Filho, silêncio". A terra está falando isso para a humanidade. E ela é tão maravilhosa que não dá uma ordem. Ela simplesmente está pedindo: "Silêncio". Esse é também o significado do recolhimento.

7.7.21

Brasil nunca mais


Na periferia do capitalismo a violência passa ao vivo na televisão e é compartilhada repetidas vezes nas plataformas do latifúndio da comunicação.

6.7.21

Etonne-moi

 
oantichrist.blogspot.com

Uma vez encerrado 
os anos de estudante, 

o ocasional "nós" desaparece, 
só existe um eu.

Porque não me ufano

Isto que se convencionou chamar "civilização brasileira" nunca deixou de ser uma vasta força conservadora cristofascista. As políticas do regime feudal (afinal de contas nunca fomos modernos), embalsamaram as noções de gosto, de critério e de criação audaz, no intuito de substituir por banalidades propagandísticas da cultura de massas: opiniões banalizadas, fake news e teorias da conspiração.

O homo sapiens tornou-se uma ameba gigante.


3.7.21

Resíduo da periferia da superstição

A formação cultural perdeu a sua utilidade prática na sociedade contemporânea e a família cumpre cada vez menos sua função de instituto de instrução e educação.


2.7.21

A arte refinada de detectar mentiras


A máquina da lama


A avalanche de informações e desinformações é tamanha que não há mais tempo nem mais espaço para parar para pensar.

O Gato de Cheshire e os Gatos de Kilkenny


Existe em inglês a expressão grin like a Cheshire cat (sorrir sardonicamente como um gato de Cheshire). Foram propostas várias explicações. Uma, que em Cheshire vendiam queijos em forma de gato que ri. Outra, que Cheshire é um condado palatino ou earldom e que esta distinção nobiliárquica causou a hilaridade dos gatos. Outra, que nos tempos de Ricardo III houve um guarda-caça chamado Caterling que sorria ferozmente ao bater-se com os caçadores furtivos.

Na novela onírica Alice in Wonderland, publicada em 1865, Lewis Carroll concedeu ao Gato de Cheshire o dom de desaparecer gradualmente, até não deixar outra coisa que o sorriso, sem dentes e sem boca. Dos gatos de Kilkenny conta-se que brigaram furiosamente e se devoraram até não deixar mais que as caudas. O conto data do século XVIII.