Como poderá o livro circular
num país de analfabetos secundários?
A proporção de leitores
num país de 211 milhões de habitantes
é ridícula e deprimente.
O livro se tornou um objeto marginalizado
e da parte do Estado, cuja ambição pessoal é o único ideal,
não há preocupação em fomentar a cultura letrada.
Como poderá o texto elaborado e fundamentado
atingir as camadas sociais desiguais
e competir com a indústria cultural
que cretiniza os habitantes do terceiro mundo?
O texto não tem espaço no meio digital
coalhado de falações de merda.
Já não há mais participação construtiva
e participação crítica.
Desejar a dissolução do intelecto
parece ser uma propriedade unicamente brasileira.
A inteligência deixou de ser prioridade
na sociedade contemporânea.
Mesmo assim
sempre preste atenção na linguagem.