5.9.24

A revolta impotente ou a teoria da feminilidade

A mulher aborrecida e enganada pelos políticos da periferia como não tem os ateus, os marxistas e os saganistas à mão para culpá-los procura no companheiro intelectual o responsável contra quem se indignar-se. A mulher que está cercada de gente mau caráter e cuja liberdade de denuncia foi arrancada de seu direito, encontrou no parceiro de teto a vítima predileta para descontar sua impotência em mudar a sua própria condição de explorada. Ela bem poderia desejar a morte dos poderosos que fazem de tudo para manter as desigualdades econômicas, mas experimenta seu maior desejo de destruição contra o marido.

Um homem, ao contrário, que começou a detestar sua mulher, não pensa em destrui-la mas se afastar dela. Vai procurar outro lugar para morar nem que seja um barraco. Ele sabe recomeçar a vida, a mulher ressentida passa a vida desejando o aniquilamento do companheiro como forma de jogar todos os problemas oriundos do meio político nos ombros do parceiro. Ela precisa ter nas mãos o homem que odeia, para fazer pagá-lo pela sua frustação. E se apresenta para as amigas, colega de trabalho e terapeutas como vítima ou sobretudo uma mártir e ela fará dessa conspiração uma vitória. Sua conduta é típica de quem nunca enfrentou francamente as injustiças da sociedade.