A desigualdade econômica corroeu a virtude cívica e contaminou o domínio público.
A redistribuição de renda não significa apenas ampliar o acesso ao consumo privado. Porém, há pouca atenção dada à desigualdade na política.
Vejam, a política na periferia sequer é conduzida com base no respeito mútuo.
O "discurso público", que se reproduz intermitentemente, está muito empobrecido, preocupado apenas em chocar, com o que é escandaloso, sensacionalista e trivial.
Sob o princípio utilitarista, os valores morais são traduzidos em termos monetários e o sistema continua premiando o comportamento ganancioso ao invés de puni-lo.
Nesse contexto, perde-se todos, pois muito menos estamos levando em conta a maneira certa de avaliar as práticas sociais, que vão desde o serviço militar, o ensino e a aprendizagem, a punição de crimes, e a admissão de novos cidadãos nas estruturas públicas. A comercialização das práticas sociais leva à corrupção e à degradação das normas que as definem.
Justiça distributiva desapareceu da agenda política.