Na periferia do capitalismo impera uma total desvalorização da alta cultura, que é a forma mais segura de extinguir a consciência crítica, pois é ela que alimenta a reflexão questionadora e a vontade de transformar o mundo. Não há meio mais eficiente de perpetuar as desigualdades socioeconômicas que expurgar a cultura letrada e dialética capaz de combatê-las.
Estimula-se sistematicamente, em nome do antiintelectualismo, uma intoxicação das subjetividades cujo efeito mais direto é manter extinto qualquer desejo de abolir as desigualdades sociais e socioespaciais. Essa é a especialidade mais notável da mídia.