O belo não se encontra nos grotões subdesenvolvidos da periferia do capitalismo. A arte e a racionalidade neste contexto não desempenham um papel na vida do terceiro mundista. A vida é desagradável e insalubre, não possui forças para transformar a escola-prisão em um espaço acolhedor, de saber científico e de leitura. Os prédios públicos não são harmoniosos, não são generosos, as crianças barulhentas. Tudo cheira mal. As ruas não emanam saúde e alegria para os desclassificados do mundo desenvolvido e organizado. É tudo feio, sujo, desorganizado, irregular e, sobretudo, desigual. Não existe possibilidade de transformação das cidades. Os homens jamais estarão livres da preocupação perpétua da luta contra a miséria e nunca viverão a vida da mente. Não conseguem abandonar os preconceitos religiosos. A irrupção da alienação tomou conta do dia a dia, do processo de inter-relações, da comunicação, de tudo. Os incompetentes treinados experimentarão apenas as infelicidades que criaram para si e as antipatias porque são incapazes de escrever um programa voltado à beleza e à harmonia na vida cotidiana livre das servidões da exploração.
