se a tua barbeiragem (em alta velocidade) põe em risco a vida do ciclista e do pedestre, não me interessa a sua patente na hora do julgamento, porque você não passou de um potencial assassino.
E não há argumento no mundo que justifique a sua defesa.
Compartilhar a rua não machuca ninguém. Tenha menos pressa com a sua própria existência, pois só há um corpo para ela. E não veja a bicicleta como um corpo estranho.
Ninguém pode ser dono do mundo. Muito menos da rua. E a rua fora feita para os automóveis, como a calçada para o pedestre. Mas nos últimos anos inverteram o costume, e as calçadas também passaram a ser dos automóveis. Para cada recorde de uma multinacional (ah!, as delícias da Revolução Industrial), menos espaços.
Calçadas destruídas.
Menos praças, mais estacionamentos. Mais carros e menos bici.
A imobilidade como planejamento do urbanismo projetado pelo capital destruidor e produtor de lixo virou cultura. Produtor e produto.
A inversão dos valores não para. Ela é longa e cheia de meandros. Tem história. Tem fundação. Em suma, essa inversão representa o que há de mais violento, porém oculto, porque banalizado.