[...]
Os fatos, então: a Igreja católica aprova o rearmamento da Alemanha, contrariando o tratado de Versalhes, certamente, mas também uma parte dos ensinamentos de Jesus, especialmente os que celebram a paz, a doçura, o amor ao próximo; a Igreja católica assina um acordo com Hitler desde a chegada do chanceler ao caso, em 1933; a Igreja católica silencia sobre o boicote aos comerciantes judeus, cala-se quando da proclamação das leis raciais em Nuremberg em 1935, mantém-se em silêncio por ocasião da Noite dos cristais em 1938; a Igreja católica fornece seu fichário de arquivos genealógicos aos nazistas, que sabem assim quem é cristão, portanto não-judeu; a Igreja católica alega em contrapartida o "segredo pastoral" para não comunicar o nome dos judeus convertidos à religião de Cristo ou casados com um ou uma deles; a Igreja católica sustenta, apóia o regimen oustachi pró-nazista de Ante Palevic na Croácia; a Igreja católica dá sua absolvição ao regime colaboracionista de Vichy em 1940; a Igreja católica, embora sabendo da política de extermínio instaurada desde 1942, não a condena, nem privadamente nem publicamente, e nunca ordena a nenhum padre ou bispo que ataque o regime criminoso diante dos fiéis.
[...]
a Igreja católica, por intermédio da pessoa do cardeal Bertram, ordena uma missa de Réquiem em memória de Adolf Hitler.
Michel Onfray