29.3.25

Dialética da família


Na família socialista o desejo do amor, expressão moral e estética do desejo sexual, assume o primeiro plano antes mesmo das inclinações puramente sociais, como a busca do dever, da dignidade, da beleza, às quais está estreitamente ligado ao desejo do amor. A monogamia socialista deriva diretamente da virtude e não da sua economia.

A família pequeno burguesa é o local onde o fascismo, o velho e o novo, tenta restaurar, mediante a figura do pai, as relações autoritárias que o Estado está democraticamente avocando para si.

Sigmund Freud racionaliza a perseguição dos filhos pelos pais, perseguição que inúmeras vezes chegou à nossa consciência através da mitologia grega mas também - como Lévi-Strauss mostrou exaustivamente - de toda a humanidade, de qualquer época e de qualquer lugar.

A estrutura da família é o resultado do desenvolvimento do capitalismo monopolista. Esposa e cortesã são os polos opostos e complementares da alienação feminina no mundo patriarcal: a esposa troca o prazer pelo sólido ordenamento da vida da posse, enquanto a cortesã - em secreta aliança com ela - volta a submeter à posse o que os direitos da esposa deixam livre, e vende o prazer.