GDR mosaic in the Karl-Marx-Allee
Eu não concordo com as afirmações sobre o marxismo de Roger Scruton, que estão mais próximas da desonestidade intelectual, mas o enunciado abaixo, que abre o documentário Why Beauty Matters, continua muito atual, sobretudo em um contexto de subdesenvolvimento:
Em qualquer época entre 1750 e 1930, se você pedisse às pessoas cultas para descrever o objetivo da poesia, da arte ou da música, elas teriam respondido: a Beleza. E se você perguntasse pela razão disso, você aprenderia que a Beleza é um valor, tão importante quanto a Verdade e o Bem. Depois, no século XX, a beleza deixou de ser importante. A arte, cada vez mais, concentrou-se em perturbar e em quebrar tabus morais. Não era a beleza, mas a originalidade, conseguida por qualquer meio e a qualquer custo moral, que ganhava os prêmios. Não apenas a arte fez um culto à feiura; a arquitetura também se tornou desalmada e estéril. E não foi somente o nosso ambiente físico que se tornou feio. Nossa linguagem, nossa música e nossas maneiras estão cada vez mais rudes, egoístas e ofensivas; como se a beleza e o bom gosto não tivessem nenhum lugar real em nossas vidas. Eu acho que nós estamos perdendo a beleza e há um risco de que, com isso, nós percamos o sentido da vida.
