Para compreender Shakespeare não basta ser crítico literário.
É preciso também ser bibliógrafo — ou pelo menos entender o suficiente de bibliografia para saber como os livros eram feitos no final do século XVI e no início do século XVII.
Ao contrário
dos bibliógrafos, os historiadores do livro estudavam todos os aspectos da
produção e difusão da palavra impressa, incluindo suas conexões com
mudanças sociais e políticas. Para eles, o ano de 1710 se destacou como momento decisivo na história do copyright. Foi nesse ano que o Parlamento
aprovou a primeira lei de copyright, intitulada “Uma Lei para o Encorajamento do Saber ao Conceder Direitos sobre os Exemplares de Livros Impressos aos Autores, ou Compradores, de tais Exemplares, durante os Períodos nela Mencionados”. Como indicava seu título, a lei concedia aos
autores uma importância inédita. Embora não sejam mencionados no texto
da lei, ela reconheceu seu direito de propriedade sobre os produtos de sua
imaginação.