21.5.07

[Glauco Mattoso]

Fazendo parte de uma corajosa opção pela escatologia, pelo pornográfico, pelo sadomasoquismo, pelo pé, terrenos cujos cultores eruditos (ai!) no Paraná são quase baldios, Glauco Mattoso – pseudônimo de Pedro José Ferreira da Silva, cinquentinha e cego – pisou na terrinha do leite do quente. Apaga o fogo, bem! É claro que o terreno de leitores em Curitiba é... Existe? Alô! Iniludível! Ah! Cuidado com o abismo. De que vale 50 m2 por pessoa? Baby, anyway.
Glauco veio, falou de sua vida, respondeu... (Alguma pergunta?), declamou alguns sonetos despretensiosamente e me deixou um cd. Melopéia. Ele não viu a cara de Curitiba, senhor. Cara lavada. Aqui com a gente, não!
Atenção para o top de cinco segundos: Herdeiro de Camões e Shakespeare na forma fixa, de Gregório de Matos na sátira política e Oswald de Andrade na antropofagia, Glauco não pousa de vítima pelo fato de ser cego, ao contrário, ele anula a posição de Rebel Whitout A Cause articulando uma posição estratégica perante a temática coprofágica, escatológica, bizarra, pi-to-res-ca meio Dercy Gonçalves e Chacrinha. (chama a Hebe!) Quem vai querer? Tropicalista admitido, é poeta marginal e chama pro pau Baudelaire, Verlaine y Rimbaud. Qualé? É cu, pica e pé!

Vaia de bêbado não vale.