7.8.25

On religion


All religious bodies without exception are be treated by the state as private associations. They are not to receive support from public funds or exercise any influence over public education.

Friedrich Engels
1820 - 1895

Plataforma da nova geração

 

Mas se me perguntar qual poderia ser, no meu modo de sentir, um rumo a seguir pela mocidade intelectual no terreno das idéias, eu lhe responderei, sem hesitar, que a nossa tarefa máxima deveria ser o combate a todas as formas de pensamento reacionário.

Antonio Candido 
1918 - 2017

Ditadura e literatura


Os intelectuais presos, que começaram a ser postos em liberdade — os militantes políticos cumprindo já longuíssimas penas, alguns condenados para o resto da vida, como Prestes — custavam a conseguir trabalho. O anticomunismo da época maculava as criaturas; até os parentes se afastavam. A propaganda difamadora, que hoje desperta mais ridículo do que ódio, cavava fundo. E havia, acima de tudo, o medo. Na pequena burguesia, em que haviam sido recrutados os militantes políticos condenados, em absoluta maioria — comunistas e não comunistas — a campanha difamatória marcara as pessoas. Havia, ainda, no Brasil, quem acreditasse que os comunistas não tinham família, nasciam embaixo das pontes, viviam em promiscuidade sexual, alimentavam-se de bracinhos assados de crianças, pretendiam, com a vitória da revolução, estuprar mulheres, queimar propriedades, arrasar materialmente a sociedade. Essa pregação gerava ética especial: matar comunistas era justo, torturá-los era humano.

Graciliano Ramos, secretário da Educação em Alagoas, já conhecido como romancista, fora arrancado às funções, preso, metido em porão de navio, recolhido à penitenciária, em promiscuidade com criminosos comuns da pior espécie, com a cabeça raspada e vestindo o uniforme dos presidiários: jamais foi ouvido, jamais foi processado, jamais foi condenado e, apesar de tudo, penou longos meses, de cárcere em cárcere, de presídio em presídio. A injustiça não tinha importância, o erro não tinha importância, o arbítrio não tinha importância: a vítima era um comunista... A tortura campeava, infrene, levando pessoas à loucura, matando, marcando, mutilando, mas não tinha importância: as vítimas eram comunistas... E a estes se acusava de cruéis, desumanos, violentos e criminosos.

Foram os homens de letras que organizaram o esforço para conseguir a liberdade de Graciliano Ramos; libertado, abria-se para ele o problema do trabalho. Enfraquecido pelos meses de sofrimento e de má alimentação, com mulher e filhos para sustentar, desempregado, o romancista foi morar numa pensão do Catete: tinha de recomeçar a vida. Os amigos conseguiram, depois, sua nomeação para fiscal do ensino; a mais alta função que ocupou, em toda a sua existência, o maior romancista brasileiro depois de Machado de Assis. Para reforçar o orçamento doméstico conseguiu o emprego de revisor, exercido no Correio da Manhã. Na revista Cultura Política, dirigida por Almir de Andrade e consagrada à propaganda da ação do governo, fora encarregado de trabalho condigno mas, ainda ali, para reforço de orçamento doméstico, fazia revisão. Era curioso, — e triste também — ver aquele extraordinário escritor, o maior de nossa época, colocando, com sua costumeira meticulosidade, caprichadas meias-solas na prosa agreste dos pretensos homens de letras que tinham direito de escrever nos jornais e nas revistas.

Nelson Werneck Sodré
1911 - 1999

Porque não me ufano


Aliado do miliciano fundamentalista cita Ulysses Guimarães. É muita hipocrisia em menos de uma semana. Tal gesto serviu para trapacear. Os incultos e sem memória parecem não saber a diferença entre plutocracia e democracia. Perpetua-se o assento no poder mentindo. História nenhuma está sendo escrita na periferia do capitalismo. É farsa das piores, embuste. 

Cada dia fica mais claro que no homem brasileiro o cérebro não é a especialização realmente importante. O terceiro mundista apresenta uma vida mental tão pobre e irracional, desprovida de projeto de poder que auxilie todos, que incentive o conhecimento fundamentado, que promova a qualidade de vida. Seus aspectos artísticos são diminutos e vulgares, tudo se mede em termos utilitários e de lucro.

A verdade é que a vida mentirosa do brasileiro não tem fim.

6.8.25

Capital


What characterizes the daw of the era capitalist production? Gold and silver were discovered in America; the native population there was wiped out, enslaved, and entombed in mines; India was conquered and plundered; and Africa was turned into a commercial hunting preserve with dark-skinned people as the prey. There idyllic processes largely constitute original accumulation. Following right behind them was the European nations' commercial war, whose battlefield encompassed the entire globe. This war began with the revolt of the Netherlands against Spain, swelled to gigantic dimensions in England's Anti-Jacobin War, and continues into the present day as the Opium Wars against China.

The different aspects of original accumulation were put in motion by, in particular, Spain, Portugal, Holland, France and England, more or less in chronological order. In late seventeenth-century England, they were methodically combined in a number of systems: the colonial system, the national debt system, the modern tax system, and the system of protectionism. These methods relied in part on the most brutal violence - for example, the colonial system did. But they all employed the power of the state, the concentrated, organized violence of society, to quicken the transformation of the feudal mode of production into the capitalist mode, as though in a hothouse, and to shorten the transitions. Violence is the midwife for every society pregnant with a new one. It is in fact a kind of economic power.


Karl Marx
1818 - 1883

Porque não me ufano


A história do subdesenvolvido indivíduo brasileiro tende a reproduzir a história reacionária do grupo ao qual ele pertence.

Desde 2012 o brasileiro desceu rapidamente a níveis despidos de cultura e letramento, se tornando cada dia mais burro e arrogante. Sua classe dominante quando não é fascista é patética. Ao menos o jornalismo de assessoria tem assunto.

É por essas e outras que brasileiro nada tem por nos contar sobre o cérebro humano. Seu cérebro não é sonhador e observador.

Periphery of capitalism


The people of brazilian are more politically unconscious than the French people were in the eighteenth century.

Of course, the "brazilian history" a very amusing spectacle.

5.8.25

Periphery of capitalism


This deformed society is part of the design.

Gente escrota


Pense que desastre seria para o Planeta Terra se o brasileiro fosse o padrão existente? Imagine encontrar brasileiros corruptos, incultos, grosseiros, supersticiosos e alienados em duplicação por todo o mundo. O brasileiro é menos inteligente que o macaco.

O segredo da vida

 

Creio que nos quarenta e cinco anos de minha vida, cada átomo, cada molécula que me compõe, mudou de posição ou dançando se afastou para longe, tornando-se parte de outras coisas. Novas moléculas vieram da relva e de corpos de animais para serem uma parte temporária do meu todo, mas nesse rodopio, leve, aéreo, como enxame de mosquitinhos num feixe de luz, as minhas lembranças subsistem, e na minha frente continua um rosto amado de vinte anos atrás. E esse rosto e os meus anos não estão presos celularmente como num frio e preciso molde fotográfico, grosseira reprodução mecânica do passado. A minha memória retém o passado mas ao mesmo tempo sabe, paradoxalmente, que o passado se foi e jamais voltará. Acaricia rostos mortos e vozes caladas, sim, e perdidas noites da infância. De certo modo estranho, não espacial, contém casas e aposentos desfeitos tronco por tronco, tijolo por tijolo, que têm maior permanência na dança de insignificância que os encerra do que tiveram eles jamais no mundo da realidade.

Loren Eiseley
1907 - 1977

4.8.25

Our Aims


Spread the truth among the workers about the friends and enemies of the working class.

We do not in the least intend to gloss over the disagreements that exist among the Social-Democratic workers. More than that: in our opinion, a powerful and virile movement is inconceivable without disagreements — "complete identity of views" can exist only in the graveyard! But that does not mean that points of disagreement outweigh points of agreement. Far from it! Much as the advanced workers may disagree among themselves, they cannot forget that all of them, irrespective of group, are equally exploited, that all of them, irrespective of group, are equally without rights.

Working-class writers do not drop ready-made from the skies; they can be trained only gradually, in the course of literary activity. All that is needed is to start on the job boldly: you may stumble once or twice, but in the end you will learn to write.

Joseph Stalin
1912

Porque não me ufano


Criar um sistema social onde seja favorável o desenvolvimento de pessoas desalienadas e a qualidade de vida para todos não é possível na periferia do capitalismo. O Brasil é uma sociedade enferma e miseravelmente alienada.

Nenhuma pessoa pode viver autenticamente em uma sociedade enferma e subdesenvolvida. Não há sequer estímulos inteligentes nos meios de comunicação do terceiro mundista.

O brasileiro carente de instrução se apegou facilmente ao mundo fechado da Idade Média e se recusa a ouvir argumentos fundamentados. É um público assentado entre antigos dogmas religiosos e nenhum interesse pela história.

3.8.25

Works


Speech of the 19th Party Congress of the Communist Party of the Soviet Union

Earlier, the bourgeoisie presented themselves as liberal, they were for bourgeois democratic freedom and in that way gained popularity with the people. Now there is not one remaining trace of liberalism. There is no such thing as "freedom of personality" any more, - personal rights are now only acknowledged by them, the owners of capital, - all the other citizens are regarded as raw materials, that are only for exploitation. The principle of equal rights for people and nations is trodden in the dust and it is replaced by the principle of Full rights for the exploiting minority and the lack of rights of the exploited majority of the citizens. The banner of bourgeois democratic freedom has been flung overboard. 

Earlier, the bourgeoisie, as the heads of nations, were for the rights and independence of nations and put that "above all." Now there is no trace left of this "national principle." Now the bourgeoisie sell the rights and independence of their nations for dollars. The banner of national independence and national sovereignty has been thrown overboard. Without doubt, you, the representatives of the communist and democratic parties must raise this banner and carry it forward if you want to be patriots of your countries, if you want to be the leading powers of the nations. There is nobody else to raise it.

Josef Stalin
1878 - 1953

Porque não me ufano


Doutrinação de policiais por pastores é um fenômeno exclusivamente brasileiro. Os militares são muito pouco instruídos, assim como os civis. Não leram Karl Marx e outros autores importantes do marxismo. Assim fica fácil instrumentalizar a estrutura pública para fins obscuros. Os corpos dóceis não irão reagir depois da reforma do pensamento.

A teocracia está se alastrando feito câncer pela periferia do capitalismo e prova-se que o estado laico é um conceito absolutamente ilusório. Terra sem lei, bandidagem segue prosperando. A teocracia é o único e verdadeiro projeto político dos colonizados do terceiro mundo, pois de que outro modo os malfeitores incultos se manterão no poder?

Porque não me ufano


Note o caráter abandonado dos bairros do Brasil.

Nos bairros pobres e miseráveis do Brasil não há caminhos ladeados de casas tranquilas cheias de flores e árvores. É sempre o mesmo loteamento sem desenho para famílias histéricas. Silêncio para o terceiro mundista é crime. Não pode haver capricho, nobreza e paz na obra de Jesus Cristo. As cidades são feias e, lamentavelmente, tristes.

Mas a prioridade da classe dominante dos provincianos é criar um dia do conservadorismo.

2.8.25

Les événements m'ennuient


Youtubers e influenciadores são para as massas. Não há nenhum debate sério acontecendo, muito menos sobre política. Os consumidores de conteúdos digitais apenas distribuem likes como se dissessem amém para a sua personalidade, que muito pouco explica. Os atrasados ainda estão discutindo o que é doutrinação. São uns adultos de mentalidade muito infantilizada. E piadinha capenga e de patíbulo não dá nem o que pensar, apenas excita os seus usuários dependentes e banaliza opiniões. 

1.8.25

Porque não me ufano


Nem mesmo a ordem político-econômica constituída, por ser irracional, está sendo rejeitada pelo terceiro mundista. O conformismo concedeu e perpetuou o poder aos vilões ignorantes.

A sociedade brasileira é ainda pré-iluminista, baseada no status, na autoridade inculta e no “sagrado”. Uma sociedade subdesenvolvida na qual as criaturas oprimidas são escravos dos costumes e “poderes sobrenaturais”.

O Brasil é um país não moderno mergulhado no mundo onírico místico, supersticioso, sem complexidade social. Seus projetos sociais não são conscientes mas paliativos, não visam o bem estar para todos. A qualidade de vida é mera ilusão.

Não há evento histórico nenhum acontecendo no Brasil. O brasileiro continua preso a um universo mitológico no qual nada muda e muito pouco acontece de fato. Seus gestos ainda remontam às épocas primitivas, como quebrar rapadura com picareta.

Escritura zinesca


Writers at work

Na Europa existe até editora de zine. Imagine que maravilhoso seria trabalhar com uma equipe de publicação independente. No Brasil, no entanto, a história é outra: a escola não forma sequer leitores.

Encyclopedia


Politics

Self-perpetuating, power hungry ego.

Feudalismo


Menos de 3 mil livrarias no Brasil, segundo o Anuário Nacional de Livrarias. E olha que algumas são ruins. Já o número de igrejas soma a incrível marca do subdesenvolvido: 579,7 mil. Isso diz muito e talvez tudo sobre a periferia do capitalismo.

31.7.25

Teoria


É necessário desmistificar que a cultura livresca não faz parte da luta de classes, a incultura tende a favorecer somente o lado dos malfeitores e não edifica as bases institucionais de um futuro promissor e moderno possível. De que outra forma o cidadão irá lutar contra o processo de infantilização social a que está submetido?

Porque não me ufano

Não veremos sequer modestos ajustes na condição inerentemente sórdida, truculenta, violenta, miserável, egoísta e competitiva da sociedade brasileira. O vírus político de ultra direita se alastrou por todo o tecido social, alojou-se nas instituições públicas e infectou a mente dos subdesenvolvidos. Note que na periferia do capitalismo não há nenhuma tentativa bem-intencionada de solucionar os problemas sociais, como a desigualdade econômica. A educação é um bom exemplo de que as coisas ficam ainda piores.


30.7.25

Incidents

 

A certain Jean, a young professor - of what? - leans over my book: "I could never get that guy (Proust) through my head; but I fell it'll happen one fo these days". His friend Pierre, dumbfounded, disdainful, and dry (indifferent to the answer): "Are you taking notes?"

Little I. bring me flowers, a real country bouquet: a few heads of geranium, a spray of red briar roses, two roses, four sprigs of jasmine. He has had this impulse after the great pleasure I have given him: typing his name several different ways on a piece of paper that I presented him (flowers in exchange for writing). 

Having given one of them an aspirin, now they all have headaches and I become a dispensary.

Roland Barthes
1915 - 1980

O estrangeiro, romance solar


Quando foi publicado, O estrangeiro constituiu uma espécie de síntese da filosofia do absurdo: seu herói, Meursault, situado na cotidianidade mais medíocre, a do pequeno assalariado, não sente revolta por isso; aceita as obrigações sem reclamar e realiza todos os atos aparentes do conformismo social; cumpre até mesmo os ritos dos grandes sentimentos, a posição do filho, de amigo. Mas todo esse gestual de passividade é assumido por Meursault numa espécie de transe, que é o estado de indiferença fundamental às razões do mundo.

Meursault não é propriamente ator, nem moralista: não discorre sobre o que faz; faz gestos de todo o mundo, mas esses gestos são desprovidos de razões, de álibis, de tal modo que a própria brevidade do ato, sua opacidade, é o que mostra a solidão de Meursault. O que Camus nos propõe já não é um ato com ecos, um ato totalmente enviscado no estrato das causas, das justificações, das consequências e das durações; é um ato puro, inconsequente, separado de seus vizinhos, suficientemente sólido para manifestar uma submissão ao absurdo do mundo e suficientemente breve para fazer explodir a recusa a comprometer-se com ilusórias justificações desse absurdo.

Roland Barthes
1915 - 1980

Porque não me ufano


Chegará o dia (tão esperado e sonhado) que o Brasil não terá nenhuma estrutura cultural, somente bandidos e igrejas por todos os grotões miseráveis.

Hoje em dia, os teatros, cinemas e livrarias morrem facilmente.

Porque não me ufano


Mesmo com tornozeleira eletrônica, o miliciano fundamentalista continua rindo da "justiça", promovendo passeatas, excitando ralé e com a certeza de que continuará impune.

Periphery of capitalism


Brazil is closer to a theocracy.

Atheism: the bogy man.

Letter from Karl Marx to Arnold Ruge


Religion in itself is without content, it owes its being not to heaven but to the earth, and with the abolition of distorted reality, of which it is the theory, it will collapse of itself. Finally, I desired that, if there is to be talk about philosophy, there should be less trifling with the label “atheism” (which reminds one of children, assuring everyone who is ready to listen to them that they are not afraid of the bogy man), and that instead the content of philosophy should be brought to the people. Voilà tout.

1842

29.7.25

Opium of the people


To Friedrich Engels and Karl Marx religion was not much better than an old wives tale.

Porque não me ufano

O historiador da periferia precisa incluir em seu afresco um espaço de negócios, pois o Estado é o grande mercado da bandidagem (negócio econômico e simbólico) de nosso tempo. O Estado tem duas funções históricas: poder e dinheiro, mas sem a especificidade épica de uma grande narrativa. Bandidos não são cultos.

O mundo humano do Estado possibilita o inventário social: seu pessoal é hierarquizado, submetido a promoções, proteções e diferenças de instrução, e um emaranhado de relações de poder e difamações. Há aduladores e rivalidades de famílias por gloríolas enquanto saqueiam os cofres públicos. O eleitor provinciano, por outro lado, é mero espectador colonizado que reza para alguma família de bandidos sair vitoriosa.

Tudo isso se investe bem ao objeto-fetiche do Estado orientado por mentes arcaicas. É um mundo fechado, solitário e egoísta: um espaço de luxo, reservado aos bandidos, aos aduladores e ao homicídio. O poder confere ao bandido um prazer, goza da facilidade de engabelar a massa. O bandido é o sujeito clivado por Freud, sabe que é bandido, mas faz de conta que não sabe. 

O Estado transmite a hereditariedade dos crimes, dos vícios, das taras, das fraudes. Neste nicho não há talento, criatividade e saber. Olhar o tecido social é decifrar a catástrofe da representatividade, o fiasco histórico de uma sociedade que não se desenvolveu, que não possui qualidade, mas despotismo protetor dos grandes burgueses, manobras, concessões do poder judiciário e o colapso de uma instituição que carrega soldados e civis, cegos, impotentes e alienados.


Enciclopédia do subdesenvolvido

Terceiro mundista: indivíduo frágil, dilacerado, explorado, alienado, mal educado, perverso, corrompido, fanático, iletrado, inculto, preconceituoso, violento, burro, ignorante, analfabeto secundário, precarizado, supersticioso, falador de merda, arara bêbada, cabo eleitoral de fascista, fetichista, histérico, embusteiro, charlatão, picareta, pilantra, zé ninguém, oportunista, mentiroso, colonizado.


Porque não me ufano

 

Desde quando burrice, mentira e falação de merda passaram a ser motivo de orgulho da classe trabalhadora? Esse fenômeno da idiocracia deve ser exclusivamente brasileiro.

Note-se que não há história nenhuma sendo escrita no Brasil, até porque falar merda se tornou um operador, um intensificador do poder depois de Bolsonaro.

A militância de rede social está idealizando um "povo brasileiro" que não existe.

In Brazil: idiocracy prevails.


28.7.25

Porque não me ufano


O combate às superstições é marca do mundo moderno deste que este deixou de ser feudal e teológico. O que não é o caso do Brasil. A cabeça do subdesenvolvido é confusa, muito mal educada filosoficamente. Nesse contexto, não há possibilidade de promover a qualidade de vida.

Porque não me ufano


Notem como os homens incultos sujeitam a língua à lógica capitalista. Os iletrados ora apenas falam o senso-comum, ora mentem, ora cospem merda. São raros os homens que possuem um discurso com fundamento. A névoa cerebral dos brutos mostra o caos profundo do mundo competitivo.

Nenhuma linguagem é livre, todas são codificadas. O da ciência, por exemplo, é conhecido pelo caráter estrito de suas injunções: impessoalidade, racionalidade, transparência. Não há espaço para a mentira no discurso científico.

O saber científico se distancia da mentira e das ilusões teológicas mas se aproxima do discurso literário (discurso sobre o discurso e crítica da linguagem). O discurso humano está cada vez mais obrigado a pensar o mundo, fora isso, é bullshit.

No mais, o cidadão tem duas opções para escolher: mergulhar na singularidade do saber e na pluralidade dos conhecimentos ou se intoxicar ouvindo a falação de merda dos homens incultos.

Dialética da escola-prisão

Estão distanciando cada dia mais os detentos mirins do contato com a literatura, essa instituição nobre e uma das formas maiores do humanismo.


Porque não me ufano


Mais um ataque ao Estado Laico, que é apenas um conceito para o inglês ingênuo pensar que o Brasil é um país democrático. O ambicioso à cata de votos aprovou uma lei que cria (pasmem!) o "dia da esposa do pastor" num dos estados com maior índice de pobreza. A perpetuação da miséria se consolidou como uma das principais características nacional. A teocracia está se espalhando feito um câncer pela periferia do capitalismo.

Porque não me ufano


O brasileiro deixou a educação nas mãos de homens incultos e carolas. Perpetua-se a miséria intelectual. Não há futuro para os detentos mirins neste pedaço de terra da idade média.

Crítica

 

Vivemos sob o impacto de uma evidência nova, surgida com Marx, a saber, que o mundo capitalista, o mundo moral, nosso mundo, é literalmente abjeto: deve ser rejeitado. O marxismo pôs em nosso caminho a pedra monumental da recusa, que nenhum escritor pode evitar, remover ou virar. É verdade que a literatura, por essência crítica, disse em todos os tempos o que "não vai bem" no mundo; no entanto, a partir do desvendamento marxista (revolucionário, e não mais reformista; em suma: total), a própria forma de escritor deverá, cedo ou tarde, ser alvo de sua crítica do mundo: a língua com a qual se recusa, vindo daquilo que se recusa, deve também ser recusada. É em função dessa dificuldade capital que toda obra moderna, ao que parece, deve ser lida, buscada, julgada e amada.

27.7.25

Cypherpunks


The reality is Margaret Thatcher had it right. There is no society anymore. What there is, is a transnational security elite that is busy carving up the world using your tax money.

Julian Assange

Porque não me ufano

Os únicos valores da classe dominante brasileira são o individualismo competitivo, o dinheiro e a pornografia. São valores que constituem a própria autenticidade da estrutura pública e eliminam, por isso mesmo, a ética. Brasil é uma periferia do capitalismo administrado pelos piores sujeitos. Homens incultos e desonestos que só pensam em lucrar, privatizar e leiloar são incapazes de promover a qualidade de vida para todos.


Conclusion


The cult of happiness is at best a numbing distraction, not a cure for the deepening sense of vulnerability, powerlessness and anxiety.

We should hence find a way out of happiness itself, that is, we should first question all these dangerous assumptions that come with it and which might very well sustain many of the problems that affect us. We certainly need hope, but we need it without the numbing, tyrannical, conformist and almost religious optimism that comes with happiness, as Terry Eagleton points out. We need a kind of hope based on critical analysis, social justice and collective action, that is not paternalistic, that does not decide what is good for us on our behalf, and that does not aim to spare us from the worst, but that places us in a better position to confront it. Not as isolated individuals but together, as a society.

To hide such negative feelings under the rug of positive thinking is to de facto stigmatize and make shameful the emotional structure of social malaise and unrest. Some will undoubtedly retort that we prefer to deprive hard-working citizens of the benefits of the science of well-being by waving some vague idea of collective consciousness. Happiness, some dyed-in-the-wool empiricists will claim, is the only tangible good we can put our hands on, here and now. The answer to this argument and our final objection can be found in a famous refutation of utilitarianism by the anarchist Harvard philosopher Robert Nozick, in 1974. Nozick asked his readers to engage in a thought experiment that consisted in imagining that we are hooked up to a machine that provides whatever pleasurable experience we may wish. Our brains would hence be stimulated in such a way that we would believe we were living the life we wanted. So Nozick’s question was: given the choice, would you prefer the pleasurable machine to your real life (presumably, more miserable)? An answer to this question seems today even more relevant than before, especially now that the science of happiness (and virtual technologies) has become so dominant. Our answer, like Nozick’s, is that pleasure and the pursuit of happiness cannot trump reality and the pursuit of knowledge critical thinking about ourselves and the surrounding world. An "experience machine" of the type that Nozick imagined and Huxley novelized is today the equivalent of a happiness industry that aims at controlling us: it not only blurs and confuses our very capacity to know the conditions that shape our existence; it also makes them irrelevant. Knowledge and justice, rather than happiness, remain the revolutionary moral purpose of our lives.

Edgar Cabanas and Eva Illouz

26.7.25

Porque não me ufano


A fé é historicamente ingênua, intelectualmente mal embasada e politicamente perigosa porque condiciona a criatura sofredora (que tem uma instrução porca) a aceitar o ponto de vista ultrassimplista de que vive no melhor dos mundos possíveis mesmo vivendo em um grotão miserável.

A repressão ao pensamento crítico contribui para justificar as hierarquias sociais e difundir as mentiras teológicas, prospera o político esperto e avança a teocracia. Retira-se o debate intelectual e entra o moralismo tacanho de representantes desprovidos de conhecimento científico, estético e cultural. Não há espaço para imaginar um mundo melhor. O dinheiro continua a ser a única coisa mais importante para o colonizado do terceiro mundo.

Porque não me ufano


Note como os representantes dos provincianos são frequentemente beligerantes face ao pensamento crítico. Somente a visão crítica pode oferecer uma boa sociedade. Não será com versículo bíblico que encontraremos pistas de como minimizar as condições desfavoráveis da periferia do capitalismo.

As duas sociologias do romance

 

Nos romances de herói problemático há coincidência direta, imediata, entre a estrutura econômica e a estrutura romanesca, entre a inautenticidade do mundo em que vive o herói e o reino onipotente de uma economia em que os valores de troca (reificados) suplantaram os valores de uso, aos quais o criador e seu herói continuam, porém, vinculados; de Stendhal ao primeiro Malraux, esse tipo de romance corresponde ao desenvolvimento da burguesia, mas não é de modo algum a expressão da consciência coletiva burguesa.

25.7.25

Porque não me ufano

É uma fatalidade histórica do universo do periférico o político definir-se pelo caráter reacionário que é ao mesmo tempo tirania e sofrimento, consciência opressiva e dolorosa. Não só a educação universal não tem poder contra essa impotência como também duplica e mistifica; os dois terrores estão bem próximo. O diálogo para o político reacionário só pode ser tático, serve para os grupos de seu interesse. Manter o curral fechado para as novas ideias e não modernizar, mas enjaular os seus próprios eleitores em um ciclo de extrema miséria e ignorância; Terrorista quando planeja e liberal quando entrega: ao mesmo tempo radical e indiferente à pobreza, ele é duas vezes estranho ao diálogo - agressivamente passivo quando inventa a mesmice propaganda para os seus aduladores. 


On reading


The taste for books seems to grow as intelligence grows, a bit lower down but on the same stalk, the way every passion is accompanied by a predilection for whatever surrounds the object of that passion, whatever is connected to it, whatever speaks of it in its absence. So too, the greatest writers, in the hours when they are not in direct communication with their thoughts, enjoy the company of books. Besides, is it not for them above all that the books were written?

Do the books not reveal to them a thousand beauties which remain hidden from the masses?

Marcel Proust
1871 - 1922

Pensamento crítico

I can handle all the sciences,
I want to become a cosmonaut!

A literatura é um meio de comunicação dos fatos sociais, uma reflexão crítica sobre a sociedade.

Introduzir a explicação de mitos (país fraterno, pobre humilde) é o único modo eficaz de luta para o intelectual.

Contestar perpetuamente essa é a razão de ser do trabalho intelectual.

Porque não me ufano


Fechar livros sobretudo em um país subdesenvolvido é suicídio, deixa o terreno para todo tipo de embusteiro dominar e prosperar.

Vladimir Lenin alertou: sem teoria revolucionária não pode haver movimento revolucionário. E sem teoria, sem a leitura com fundamento sobra apenas o espetáculo. E decadente e muito mal teatralizado.

Não há saída sem uma formação. A formação crítica e integral é revolucionária.

Brasil está saturado de ignorância e mentiras e um desprezo pelos livros que assusta o mais ingênuo inglês. Faz falta o saber científico popularizado. Aprender a falar com fundamento. Saber produzir um bom texto. Algo que valha ser ouvido ou lido.

Mas a norma nacional é ridicularizar aqueles que estudam seriamente. Não investir em espaços de divulgação científica como livrarias também é projeto, nesse contexto, qualquer iletrado pode abrir sua igreja e motivar os pobres a eleger fascistas.

24.7.25

Dialética da escola-prisão


Os efeitos do poder se multiplicam com o programa colégio cívico-militar. Ser observado será mais um meio de dominação. De instituição do saber passa-se a instituição disciplinar, centro de discriminação, a um controle minucioso cuja única finalidade é produzir corpos submissos e dóceis. Significa transformar a prática de ensino em vigilância. Marcar, salientar os desvios, reforçar a imagem de alunos tidos como "problemáticos", rebeldes; estigmatizá-los. Classe docente, torna-se cão de guarda da classe dominante, aluno, detento. Necessita-se reproduzir a desigualdade social e realizar a política de uma elite que não entende de educação: impor a obediência à força em detrimento da formação crítica. Vale puxar a orelha de burro, o programa não se chama escola democrática.

23.7.25

Porque não sou cristão


De vazio em vazio, miragens, servidões reavivadas com alta dose de moral cristã, serão sempre as formas arcaicas da sociedade feudal que cumpre imobilizar a maioria das pessoas. Fiquem onde estão, colonizados do terceiro mundo, vocês podem até gritar, a espera de uma salvação celestial, mas nada será mudado, as relações hierárquicas de dominação e exploração continuarão as mesmas, este é o princípio desta singular vida no terceiro mundo. Poderia parecer insignificante, mas ela condicionou milhões de brasileiros a aceitar a pobreza como um teste divino.

Não se faz história, não se produz cultura, mas fantasia, ilusões, distorções da realidade e belos discursos (quando os há) de integração que não integram. As interpretações míticas prevalecem: paternalismo, homem forte e não homem que sabe, e o poder se torna oficialmente sacralizado, entregue pela coletividade nas mãos de um ser "designado por deus".

Understanding Marxism


For the last 200 years, capitalism’s leading critics have been Karl Marx and the diverse tendencies deeply influenced by Marx’s work. In other words, Marxism has been the leading tradition of thought and practice critical of capitalism. It represents the ideas and experiences accumulated across generations around the globe who tried and try to move society beyond capitalism using Marx’s critical insights. Marx and Marxism are as important on the side of criticizing capitalism as Adam Smith, David Ricardo, and John Maynard Keynes are on the side of those who celebrate capitalism.

Richard Wolff

Porque não me ufano


Os colaboracionistas sempre irão querer diminuir a importância da teoria. As pessoas muito pouco preparadas teoricamente são a massa de manobra dos fascistas. Não há somente desinteresse mas impotência no desenvolvimento do pensamento teórico, o abaixamento das ideias está em todos os canais do subdesenvolvido. A luta também precisa ser conduzida na direção teórica, caso contrário, os desejos dos homens terão uma única finalidade: a realização do lucro.

Não há espaço para modernizar e levantar estruturas de cultura se o que predomina na periferia são concessões, transações, desvios de recursos, fraudes, conchavos e o famigerado clientelismo. A política é um fenômeno que o povo não entende.

Na estrutura estatal vigente, o subalterno é reduzido a uma massa submissa e aduladora, que é convocada para cultuar a personalidade que pretende falar por ele e lhe garantir um emprego temporário. 

Infelizmente, o trabalhador da periferia não luta contra o processo de infantilização social a que foi submetido e condicionado. 

22.7.25

The importance of the theorical struggle


Role of vanguard fighter can be fulfilled only by a party that is guided by the most advanced theory.

The duty of the leaders to gain an ever clearer insight into all theoretical questions, to free themselves more and more from the influence of traditional phrases inherited from the old world outlook, and constantly to keep in mind that socialism, since it has become a science, demands that it be pursued as a science, i.e., that it be studied.

V. Lenin
1870 -1924

Dialectical and Historical Materialism


The transition from capitalism to Socialism and the liberation of the working class from the yoke of capitalism cannot be effected by slow changes, by reforms, but only by a qualitative change of the capitalist system, by revolution. Hence, in order not to err in policy, one must be a revolutionary, not a reformist.

J. Stalin
1878 - 1953

Lady Death

 

The only good nazi is a very dead nazi.


Lyudmila Mikhailovna Pavlichenko (1916 - 1974) foi o terror dos nazistas durante a II Guerra Mundial.

Billions and billions and billions


The United States holds records for hunger, child poverty and other basic social indicators.

One trillion dollars buying nations all the world


The economies are to expand in a specfic way, protecting the minority of the opulent against the majority. The opulent, meanwhile, merit state protection and public subsid. How else na they flourish for he benefit of all?

Porque não me ufano


O fosso entre os países ricos e pobres é profundo. A discrepância da infraestrutura de cidades do primeiro mundo com as do Brasil é muito grande, muito pouco é planejado e desenvolvido.

Bezbozhnik


A secular state does not exist in Brazil.

Parable of the celestial teapot


Many orthodox people speak as though it were the business of sceptics to disprove received dogmas rather than of dogmatists to prove them. This is, of course, a mistake. If I were to suggest that between the Earth and Mars there is a china teapot revolving about the sun in an elliptical orbit, nobody would be able to disprove my assertion provided I were careful to add that the teapot is too small to be revealed even by our most powerful telescopes. But if I were to go on to say that, since my assertion cannot be disproved, it is intolerable presumption on the part of human reason to doubt it, I should rightly be thought to be talking nonsense. If, however, the existence of such a teapot were affirmed in ancient books, taught as the sacred truth every Sunday, and instilled into the minds of children at school, hesitation to believe in its existence would become a mark of eccentricity and entitle the doubter to the attentions of the psychiatrist in an enlightened age or of the Inquisitor in an earlier time.

Bertrand Russell
1872 - 1970